terça-feira, 26 de outubro de 2010

Estações e marés

Ele era verão em sua essência. Ela, outono. Ele tinha calor, sedução, intensidade, clima gostoso de conquista fácil. Ela era feita de folhas e frutos caindo, oscilando bruscamente entre calor e frio.

Ele ia indefindo, de acordo com a maré, sem data de chegada ou de partida. Ela seguia suas vontades, sabedora de seu querer - mesmo que suas escolhas não fossem das melhores.

Ele, afoito, buscava as melhores ondas e ia atrás de outras curvas. Ela, encantada, só queria se enroscar nas voltas do cabelo dele, enquanto esperava pacientemente que ele parasse de surfar outros mares atrás do que ele não sabia o quê, mas tinha tão perto.

E assim foi por muito tempo. Ele, tão acostumado a se equilibrar sobre uma prancha, não soube dizer o que aconteceu quando a onda de realidade desabou sobre seus ombros e lhe tirou a base. Foi quando, do mar, ele viu que ela não esperava mais sentada na areia da praia.

Ela disse que não aguentou: o inverno da espera começava a congelar seu coração e a praia à sua volta estava desmanchando a cada onda que vinha e não trazia nem uma mensagem engarrafada. Preferiu sair dali antes de se afogar, pois não sabia nadar e aquele mar a assustava.

Ela foi embora com a chegada da primavera.

sábado, 9 de outubro de 2010

Não-tweet [ou recado em 140 toques]

Uma vez você disse que queria saber por que estou sempre um passo à frente. Depende. Para mim, você é quem está um passo atrás. #prontofalei