sábado, 29 de maio de 2010

Um flit paralisante

Ou: conversando com a música “Eu queria ter uma bomba”, do Cazuza.

Solidão a dois de dia
- Não, Cazuza. É solidão sozinha mesmo, de noite, de tarde, a qualquer hora, mesmo ao lado.
Faz calor, depois faz frio
- Choques térmicos alternados e constantes. Um saco.
Você diz "já foi" e eu concordo contigo, você sai de perto e eu penso em suicídio/homicídio
- Concordo, mas penso mais em homicídio. Nada pessoal.
Mas no fundo eu nem ligo, você sempre volta com as mesmas notícias
- Nem ligo, it always comes around.
Eu queria ter uma bomba, um flit paralisante qualquer, pra poder me livrar do prático efeito das tuas frases feitas, das tuas noites perfeitas
- Frases feitas, sim; noites perfeitas, nem tanto.
Eu queria ter uma bomba, um flit paralisante qualquer, pra poder te negar bem no último instante
- No primeiro, no do meio e no último instante.
Meu mundo que você não vê, meu sonho que você não crê
- Pode até crer. E se vê, faz de conta que não. Besta.

Um comentário:

  1. Passei pra me ter com estas anunciadas muitezas... Qual grata surpresa ao ler e admirar tão doces linhas, ora incongruentes, ora firmes, mas sempre alertas e reveladoras de sua personalidade. Gostei. Conheci um pouco mais d'A Rosa. Vim, vi e venci. Sucesso...

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